segunda-feira, março 19, 2007

O ROCK DO PLANALTO CENTRAL

Durante toda essa semana farei uma homenagem ao rock brasileiro. Vou postar apenas letras roqueiras tupiniquins. Foi um pedido de um amigo que me dizia que no Brasil não há rock. Eu discordei. Ele falava que rock de verdade é o inglês. Tudo bem, também acho que o rock inglês é o melhor, mas o rock do Brasil é apenas "rock brasileiro". Quer dizer, não precisamos apenas copiar o que ouvimos das bandas estrangeiras. Eu penso da seguinte maneira: imagine que você é um músico brasileiro, acostumado com o som daqui. De repente, recebe um convite para morar e trabalhar na Finlândia. Lá na Finlândia passa a conviver com a musicalidade local. Daí pensa em fazer uma música típica finlandesa, de ritmo finlandês. É claro que essa música vai ter traços brasileiros, um swing brasileiro, uma influência brasileira, já que é feita por um brasileiro que conviveu durante anos com nossos ritmos. Por isso a canção vai deixar de ser finlandesa? Não. Vai ser uma obra de ritmo típico finlandês com forte influência brasileira.

Foi isso que aconteceu com o rock. O movimento punk, nos anos 70, influenciou os roqueiros do mundo inteiro. Só que a interpretação do que vinha da Inglaterra teve cara própria em cada país, como o que aconteceu anos atrás com a Jovem Guarda e a febre dos Beatles. Por isso, temos bandas de rock, sim. E um ótimo rock. A homenagem de hoje é à Legião Urbana. Eu me lembro que em 1986 discutia com meu amigo Antônio Osório, hoje policial, quanto à melhor banda de rock daquela época. Eu apostava em Titãs, com Cabeça Dinossauro. E ele, na Legião, com Será. Hoje, não quero saber quem é melhor. Quero só ouvir. Acima, uma foto da formação original da banda candanga, com o baixista Renato Rocha. Muita gente nem sabe que ele fazia parte da banda. Saiu e foi para os Estados Unidos. A música de hoje é Giz, a preferida do próprio Renato Russo, um ícone da música brasileira. Ele dizia que essa canção é a mais bela já feita por ele. Amantes da boa música, com vocês, Legião Urbana.

E mesmo sem te ver
Acho até que estou indo bem
Só apareço, por assim dizer
Quando convém
Aparecer ou quando quero
Quando quero

Desenho toda a calçada
Acaba o giz, tem tijolo de construção
Eu rabisco o sol que a chuva apagou

Quero que saibas que me lembro
Queria até que pudesses me ver
És, parte ainda do que me faz forte
E, pra ser honesto
Só um pouquinho infeliz

Mas tudo bem
Tudo bem, tudo bem...

Lá vem, lá vem, lá vem
De novo
Acho que estou gostando de alguém
E é de ti que não me esquecerei
Tudo bem, tudo bem...

Eu rabisco o sol que a chuva apagou
Tudo bem, tudo bem...
Acho que estou gostando de alguém
Tudo bem, tudo bem...

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