É HORA DA DUPLA GAÚCHA

O que me motivou a falar de Kleiton e Kledir foi uma conversa que tive com o filho adolescente de um amigo, ontem à noite. Falávamos sobre música, ele disse gostar de D2, O Rappa, Charlie Brown... e eu disse que quando tinha a idade dele a música brasileira era muito diferente. O que ouvíamos em rádio, na minha opinião, era muito mais rico. Citei alguns artistas, entre eles, Kleiton e Kledir. Quando ele ouviu os dois nomes, gritou: "peraí, não gosto de música sertaneja". Eu ri e respondi. "Eu também não. Mas eu estou falando de Kleiton e Kledir". Ele não entendeu e fui obrigado a ir ao meu carro e pegar um CD da dupla para que ele ouvisse. E não é que o moleque gostou? Kleiton e Kledir são gaúchos de Pelotas e estudaram música na Universidade, coisa rara entre os artistas brasileiros. São músicos de carteirinha. Literalmente. A música que ofereço a vocês hoje é uma impecável canção da dupla, a mais procurada dos dois na internet?: Paixão. Se você prestar atenção na letra, vai notar que é uma sensual viagem ao corpo feminino. Adoro quando ele excomunga a braguilha da roupa da mulher. A letra nos coloca na transa dos dois. O ouvinte acaba sendo um voyeur. Outra parte muito legal é quando ele diz que decora a geografia dela, como se a mulher fosse um mapa e ele estivesse observando os relevos, planaltos e montanhas da amada. Amantes da boa música, com vocês, Kleiton e Kledir.

Amo tua voz e tua cor E teu jeito de fazer amor

Revirando os olhos e o tapete
Suspirando em falsete

Coisas que eu nem sei contar

Ser feliz é tudo que se quer

Ah! Esse maldito fecho eclair

De repente a gente rasga a roupa

E uma febre muito louca

Faz o corpo arrepiar

Depois do terceiro ou quarto copo

Tudo que vier eu topo

Tudo que vier, vem bem

Quando bebo perco o juízo

Não me responsabilizo

Nem por mim, nem por ninguém

Não quero ficar na tua vida

Como uma paixão mal resolvida

Dessas que a gente tem ciúme

E se encharca de perfume

Faz que tenta se matar

Vou ficar até o fim do dia

Decorando tua geografia

E essa aventura em carne e osso

Deixa marcas no pescoço

Faz a gente levitar

Tens um não sei quê de paraíso

E o corpo mais preciso

Do que o mais lindo dos mortais

Tens uma beleza infinita

E a boca mais bonita

Que a minha já tocou