QUEM NÃO GOSTA DO IRA!?
Essa é uma das primeiras fotos do Ira!, do início dos anos 80. Mas a história de uma das melhores bandas do rock brasileiro nasceu antes. No final dos anos 70, no outono da ditadura militar, Edgard Scandurra, fascinado pelo Punk Rock e, em busca desse som, ia a shows na periferia da cidade, para trocar informações com o pessoal. Foi então que Edgard e seu amigo Dino resolveram montar uma banda que tocasse Punk, sem esquecer de Led Zeppelin e Jimi Hendrix.
Nascia aí o Subúrbio. Nessa época, Edgard estudava no Colégio Brasílio Machado, onde volta e meia topava com um sujeito esquisito, de apelido Nasi. Mesmo sem conhecê-lo, Edgard sentia simpatia pelo modo com que ele se vestia, e num desses encontros os dois acabaram se conhecendo, e ficando amigos. Mais tarde, Edgard chamou o Nasi para participar do Subúrbio, no festival interno do colégio Objetivo. Nessa época, o grande hit do Subúrbio era Pobre Paulista, que mais tarde viraria um dos grandes hits do Ira!. Em 1980, Edgard foi convocado para servir o exército, e foi lá onde Edgard iria compor N.B. (Núcleo Base), que por sua vez também viraria um grande hit do Ira!, um ano depois (em 1981), Nasi chamaria o amigo Edgard para tocar num show na PUC e ali surgiria o Ira, ainda sem exclamação, e com nome inspirado no Exército Republicano Irlandês.
Completavam a formação o baterista Fábio Scatone, e o baixista Adilson. Dois anos se passaram até que o produtor Pena Schimidt descobriu a banda, nessa época contando com Charles Gavin na bateria (mais tarde baterista dos Titãs) e Dino (velho companheiro do Subúrbio) no contrabaixo, e os levou até a gravadora Warner, onde o Ira gravaria seu primeiro compacto. O compacto contava com as músicas Gritos na Multidão e Pobre Paulista.
A música que escolhi para hoje não é das mais conhecidas da banda, mas está na lista de minhas preferidas. Espero que você goste de Rubro Zorro. Essa abre o álbum Psicoacústica, de 1988. É uma versão musical da vida do bandido da luz vermelha, um dos foras-da-lei mais conhecidos do país. É uma obra-prima. Amantes da boa música, com vocês, Ira!
O caminho do crime o atrai
Como a tentação de um doce
Era tido como um bom rapaz
Foi quem foi
Ao calar da noite
Anda nessas bandas
Do paraiso e o zorro
Rubro zorro
Espertos rondam o homem
Um tipo comum
Tesouro nos jornais
Sem limite algum
Luz vermelha foi perdido no cais
Do terror
Um inocente na cela de gas
Sem terror
Luz vermelha foi perdido no cais
Dos sem nome
Era tido como um bom rapaz
Tal qual o Golem
O caminho do crime o atrai
Como a tentação de um doce
Foi calado na cela de gas
O bom homem mal
No asfalto quente
O crime e o que arde
Bandidos estao vindo
De toda parte
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