DE VOLTA, COM ZECA BALEIRO
Já falei sobre Zeca Baleiro aqui, mas um artista como ele não merece apenas uma homenagem. Eu assisti a dois shows do maranhense. Espetaculares. Zeca é um cantor/compositor que, logo de cara, percebemos que tem algo diferente. Numa entrevista que fiz com ele, há algum tempo, Zeca disse que durante muito tempo tocou em festivais ao lado de músicos consagrados, como Caetano, Maria Bethânia e Gal Costa. Nos cartazes, os shows eram anunciados assim: "Não perca, dia tal, hora tal, local tal, Caetano, Bethânia, Gal e outros. Zeca disse que os outros era ele. Isso acontecia porque ele não era conhecido do grande público, não atraía ninguém.
Mas bastou uma apresentação ao lado de Gal, cantando Flor da pele para que ele começasse a ser conhecido. A partir daí, ganhou a crítica, a Europa, o mundo. Hoje, Zeca é apontado como um ícone do neotropicalismo, termo arranjado por alguns para falar dele. Na verdade, acho que ele não se encaixa em nenhum rótulo. Para se ter uma idéia, Zeca ganhou dois prêmios Sharp como artista de pop/rock. O ritmo que ele canta, não importa. O que importa mesmo é que ele é muito bom no que faz. Ele promete lançar um disco para crianças ainda este ano, seguindo os passos de Adriana Calcanhoto. Salve Zeca Baleiro. Salve a ótima música brasileira. A que escolhi para hoje é Quase nada, do álbum Líricas, de 2000. Amantes da boa música, com vocês, Zeca Baleiro.
De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho
Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo
Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada
De você seI quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho
Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo
Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso Não é preciso saber mais nada
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