quinta-feira, junho 21, 2007

ACREDITE: ELES FAZEM ROCK

Essa semana, ouvi do meu amigo Alexandre Ferrari, repórter, uma história que ache interessantíssima. Quando ele trabalhava na TV Alterosa, foi a Diamantina para fazer uma matéria. Fez mais. Assistiu a um show do 14 Bis dentro de uma igreja. Deve ter sido maravilhoso. Ouvir uma banda magnífica como 14 Bis dentro de uma igreja de Diamantina. Fiquei com inveja.

Sentimento vil de lado, a hístória me fez relembrar da banda. Sempre gostei muito do 14 Bis, desde criança. Ficava viajando nas letras e me lembro de um trecho de Bola de meia, bola de gude: "toda vez que a bruxa me assombra, o menino me dá a mão". Ficava me perguntando: mas o menino não sente medo da bruxa? Coisa de criança. Hoje, percebo que naquela época já prestava atenção no que era escrito, a forma como isso virava música e, graças a Deus, aprendi a gostar de MPB.

O 14 Bis é uma autêntica banda mineira e tem uma sonoridade montanhosa, das alterosas. Ouvi há algum tempo uma entrevista com o Flávio Ventinuri, ex-líder da banda, em que ele dizia ficar magoado quando alguém lembra das primeiras bandas de rock do Brasil e não cita o 14 Bis. A explicação talvez seja de que a banda não tinha um rock que era moda na época, mais voltado para o punk. Eles tinham uma melodia mais lírica. E se inspiraram nos Beatles para surgirem. A maioria dos outros grupos se inspiravam em Ramones e Sex Pistols. Mas a verdade é que o 14 Bis é uma banda que sobreviveu a modismos, toca uma música de alta qualidade e é orgulho das Minas Gerais. Em homenagem a minha infância e, tenho certeza, de várias pessoas, a música de hoje é Bola de Meia, bola de gude. Essa foi gravada há pouco tempo pelo Skank. Amantes da boa música, com vocês, 14 Bis.


Há um menino, há um moleque,
morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
ele vem pra me dar a mão

Há um passado no meu presente,
o sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
o menino me dá a mão

Ele fala de coisas bonitas
que eu acredito que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito, caráter, bondade, alegria
e amor

Pois não posso, não devo,
não quero viver como toda essa gente insiste em viver
Não posso aceitar sossegado qualquer maldade
ser coisa normal

Bola de meia, bola de gude,
o solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
o menino me dá a mão

Há um menino, há um moleque
morando sempre no meu coração
toda vez que o adulto fraqueja
ele vem pra me dar a mão

Há um menino, há um moleque
morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
ele vem pra me dar a mão

Há um passado, no meu presente,
um Sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assusta
o menino me dá a mão

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