quarta-feira, maio 02, 2007

PRIMEIRO DE MAIO É O DIA DO TRABALHADOR E NÃO DO ESCRAVO

O dia primeiro de maio foi instituído como dia do trabalhador a partir de um acontecimento nos Estados Unidos, em 1886. No primeiro dia de maio, trabalhadores foram às ruas protestar contra a jornada de trabalho que chegava a 15, 18 horas diárias. Houve confronto com a polícia e dezenas de pessoas foram mortas. Por isso, vários países decretaram o primeiro de maio como o dia do trabalhador. Mas será que a escravidão ou situação de escravidão acabou? Não ficamos presos a horários, muitas vezes extrapolados, sem que ninguém nos pague por isso? Basicamente, o trabalho é uma venda de mão-de-obra. Quando trabalho, recebo pelo que apresento de bom para a empresa. A empresa, por sua vez, precisa de minha mão-de-obra para sobreviver. E eu preciso que ela sobreviva para sustentar a mim mesmo e à minha família. Mas todos sabem que numa relação entre empresa e empregado é o empregado a parte mais fraca. Por isso foram criadas leis que o protege.

Acontece que muitas vezes essas leis são ignoradas pelas empresas e nem são de conhecimento do funcionário. Trabalhar todos os fins de semana, por exemplo pode ser ilegal, de acordo com a convenção de cada profissão. Mas há empresas que não consideram isso. Ou dizem que fim de semana é apenas domingo. Com certeza está ignorando que, numa dúvida sobre o texto da lei, a interpretação deve favorecer o empregado. Ou seja, se for bom para o empregado, fim de semana é sábado e domingo.

Nesse caso, o funcionário tem duas opções: ignora a situação e acorda todos os dias tendo a certeza de que será enganado mais uma vez ao longo do dia, no trabalho, ou reclama. Nessa última opção, corre o risco de pagar pelo que fala. E paga com a demissão. O que falar de uma empresa que não segue o que as leis trabalhistas determinam como pagamento de FGTS, férias, depósitos do INSS, aumento de salário digno quando o funcionário tem promoção... e ainda por cima demite o funcionário que lutou pelos direitos assegurados em lei? Não acabou por aí. Depois da demissão o já ex-empregado deve procurar a justiça para reaver os direitos. E isso acontece com todos os demitidos. Uma empresa pode demitir quando e quem quiser. Mas deixar de falar que o motivo são possíveis reclamações prejudica o demitido e os colegas que continuam na empresa. Esses passam a ficar com medo do amanhã. Não sabem se vão ter emprego no mês que vem. A escravidão não acabou numa canetada de pena da princesa Isabel. Ela continua. Só que agora com outras versões. Como disse há pouco as empresas são a parte forte do relacionamento. E vão continuar assim por muito tempo. Viva as boas empresas. Viva os bons empregados. Viva o fim da escravidão. De todas as formas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá, essa colocação sobre a escrividão no trabalho é muito importante, vemos muita exploração ainda. E não podemos esquecer do trabalhando voluntário que vem crescendo cada dia mais na nossa sociedade. As pessoas estão despertando para a solidariedade. Ouvi isso ontem e acho válido citar aqui, "tudo de útil que realizarmos é trabalho".

Anônimo disse...

Uma pena. Continuamos na senzala, enquanto a casa grande se sente abalada e toma decisões totalmente questionáveis e irracionais. Um dia vamos reverter esse quadro. ¡Viva la revolución!

Ass: vizinho do PC.