quarta-feira, maio 23, 2007

ALGODÃO: PRODUÇÃO EM QUEDA NO NOROESTE

A produção de algodão no Noroeste Mineiro está sofrendo uma queda acentuada. A indicação consta do “Levantamento Georreferenciado de Algodão do Estado de Minas Gerais”, desenvolvido com recursos do Fundo de Incentivo ao Desenvolvimento da Cultura do Algodão em Minas Gerais (Algominas), administrado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A crise no campo, que inclui fatores financeiros e climáticos, e uma migração do produtor para outras regiões que também possibilitam o cultivo pode ser os fatores determinantes da queda.

Os dados divulgados pela Seapa são importantes para o acompanhamento de todos os estágios da atividade no campo, além da identificação de dificuldades de mercado e a adoção de medidas preventivas em casos de ameaças de problemas sanitários, entre outras providências.
O levantamento foi realizado pela Associação dos Produtores de Algodão de Minas Gerais (Amipa), com a participação dos sindicatos dos produtores e da indústria têxtil do Estado, informa o coordenador do Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão em Minas (Proalminas), Lindomar Antônio Lopes. Ele explica que o trabalho pode servir de modelo para os demais estados produtores – Mato Grosso, Bahia e Goiás –, que ainda não contam com um levantamento completo como este. “Podemos projetar, por exemplo, o consumo de adubo, inseticidas e fungicidas, fazer levantamentos relativos à mão-de-obra e acompanhamento de custos das propriedades e da produção em geral”, assinala o coordenador.

Mapa

Todas as propriedades de Minas Gerais, situadas no Noroeste Mineiro, Triângulo, Alto Paranaíba Norte, foram identificadas por satélite e o levantamento de dados, realizado por técnicos que visitaram os locais. Existe a indicação de cada produtor, nome da propriedade, área que ela ocupa, sua altitude média e o município em que se encontra, entre outros dados.
O levantamento mostra uma área total, no Estado, com plantio de 28.203,58 hectares na safra 2006/2007, que resultou em cerca de 36 mil toneladas de pluma. Há identificação das quinze cultivares utilizadas nas lavouras e a comparação das áreas ocupadas com algodão nas duas últimas safras.

O Noroeste de Minas ainda conta com a mior área plantada de algodão , mas apresentou grande redução. O Norte de Minas, também. O Triângulo Mineiro teve pequeno recuo na área, enquanto o Alto Paranaíba e o Pontal do Triângulo avançaram com área maior do que na safra 2005/2006.

Para o Proalminas informa que o levantamento será um suporte importante para o trabalho desenvolvido pelo agronegócio do algodão, em parceria com o Governo do Estado, para a expansão da produção e aprimoramento da qualidade da pluma. “A meta é atender ao consumo total da indústria têxtil mineira, que apresentou demanda de 141.200 toneladas na safra 2006/2007, contra 149.700 toneladas na safra passada, em razão do cambio e concorrência dos produtos têxteis chineses no mercado brasileiro”, explica.

Para a próxima safra está prevista a inclusão, no “Levantamento Georreferenciado do Algodão no Estado de Minas Gerais”, de informações sobre 60 Unidades Técnicas Demonstrativas (UTDs), que serão desenvolvidas em 16 municípios da Serra Geral, no Norte de Minas. Toda a produção desse projeto será de algodão transgênico e parte do caroço se destinará à fabricação do biodiesel na usina da Petrobras, em Montes Claros. A criação das unidades demonstrativas terá o custo de R$ 30 milhões, sendo R$ 21 milhões financiáveis, e uma renda prevista da ordem de R$ 40 milhões. A coordenação do projeto é da Secretaria da Agricultura, por intermédio do Proalminas, em parceria com as prefeituras e as entidades do setor de algodão no setor privado.

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