UNAÍ E AS ENCHENTES
A chuva começou na ultima sexta-feira, por volta de 20:ooh, em grande parte do município de Unaí, inclusive em sua sede. A tormenta que para os que moram no portal do Vale do Urucuia é conhecida como ‘chuva de encher rio’ só deu um refresco na tarde de segunda-feira. Era aquela chuva contínua que de duas em duas horas desmancha uma pancada só e vai serenando, serenando, mas parar mesmo, não pára. Como sabemos: ‘chuva de encher rio’. Com ela veio novamente e pela terceira vez, em um intervalo de dois anos as temíveis enchentes que sem nos alongarmos muito nos devaneios que uma enchente causa, deixou desalojadas centenas de famílias neste ultimo final de semana. O 3º Pelotão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais que montou sede em Unaí há menos de um ano, tomou frente aos trabalhos que contou com a presença da Defesa Civil, órgãos do governo e mais uma vez, mostrando que sempre que precisarem estaremos prontos, a população de Unaí. Foram mutirões e mais mutirões para ajudar quem preciso fosse e assim, mais uma vez, mesmo contando com centenas de desabrigados, a população de Unaí não registrou nenhuma baixa devido às chuvas e isso nós basta.
(abrimos esse parêntese para informarmos aos que ainda não se familiarizaram com Unaí que o município possui uma usina hidrelétrica, a de Queimados, e que como todas as hidrelétricas, tem a sua vazão diária de água.)
O Prefeito Municipal Antério Mânica em diversas declarações inclusive em nível nacional, garante que o problema da enchente não se originou devido a abertura das comportas da hidrelétrica, como se comentou. Ainda segundo Mânica, em apenas três dias de chuvas, obteve a quantidade esperada para um mês inteiro em milímetros cúbicos de água. O que pegou de surpresa a todos, pois ninguém esperava por um acontecimento destes. Para a administração municipal e demais poderes envolvidos no incidente, o fato nada mais é que um fenômeno da natureza.
Já o senhor Nelson Fonseca, morador ribeirinho do córrego Santa Rita, dentro do perímetro urbano da cidade e que teve mais uma vez sua casa e seus pertences perdidos, diz que o problema é da represa e esclarece:
“ eu sou morador da beira do Santa Rita e do Rio Preto há mas de 20 anos, tive uma horta na beira do rio que toquei por mais de sete anos no mesmo lugar, enchente em Unaí era só de vez em quando, mais ou menos de dez em dez anos e tinha que chover muito, pelo menos uns quinze dias. Agora em menos de dois anos eu já perdi minhas coisas por três vezes. Pra mim o problema é que eles abrem as comportas para desafogar lá em cima e parecem que não percebem que tem gente aqui embaixo”.
Opiniões a parte, o certo é que hoje, quando escrevo esta matéria, são 20:49 horas e a chuva fina que continuou depois da pancada que caiu ao anoitecer de hoje ainda continua pingando. Fina, chuvinha de molhar bobo, mas continua. Graças às empresas e às autoridades, o muinicípio não precisará, por enquanto, de recursos de fora. Amanhã será um novo dia.
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