quarta-feira, agosto 29, 2007

TITANOMANÍACOS, APROVEITEM

Hoje é dia de falar dos paulistas que conquistaram o país com um som diferente, na época da descoberta do novo rock brasileiro. Eles já foram oito, número inusitado para uma banda. Depois da saída de Arnaldo Antunes e Nando Reis e da morte de Marcelo Fromer, restaram cinco titânicos: Sérgio Brito, Charles Gavin, Toni Belloto, Branco Mello e Paulo Miklos.

O número de integrantes mudou, assim como o som da banda. Quem se lembra do disco Cabeça Dinossauro sabe do que estou falando. Aliás, esse álbum é um marco na história do rock nacional. Traz um punk ótimo de se ouvir e letras agressivas. Eu me lembro da primeira vez que ouvi Igreja: "Eu não gosto de padre, não gosto de madre, não gosto de frei. Não gosto de bispo, não gosto de Cristo, não digo amém". Essa letra me fez pensar que o grupo todo seria preso por heresia. Acabaram sendo presos mesmo por porte de drogas, como tantas outras bandas.

De uns tempos pra cá, os Titãs aderiram ao mercado. Completamente. Deixaram de lado a rebeldia do rock'n roll e embarcaram em canções melosas para fazer parte de trilha sonora de novela, tocar em FM e vender como água. Mesmo assim, eles continuam bons pra cacete. E é por isso que ofereço o quinteto a todos vocês hoje. A música que escolhi para hoje é Flores, do excelente disco Õ Blesq Blom. Amantes da boa música, com vocês, Titãs.


Olhei até ficar cansado de ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado as flores que estão no canteiro

Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro
Há flores cobrindo o telhado
Embaixo do meu travesseiro

Há flores por todos os lados
Há flores em tudo o que eu vejo

A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores tem cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes

FLORES
FLORES

As flores de plástico não morrem

Um comentário:

Anônimo disse...

Ótima Banda, mesmo...principalmente nos anos 80, com um puta arranjo musical e letras elaboradas e poéticas("MEDO", "NOME AOS BOIS", "MISÉRIA", etc... muitas delas sendo políticas... Esse som não se encontra em outra banda da época...
Pena mesmo não existir mais o mesmo Titãs que me encantou nos meu onze anos e que me abriu as portas para o rock e toda a minha pegada política em arte...