quarta-feira, agosto 01, 2007

AGRICULTURA: PROJETO DA EMBRAPA EM UNAÍ OBTÉM SUCESSO NA INOCULAÇÃO DO FEIJOEIRO

Numa região onde o agronegócio continua sendo a principal fonte de renda, é bom que se divulgue, com mais freqüência, e qualidade de informação, as novidades no campo das pesquisas e dos negócios com grãos.

A Embrapa Cerrados está fazendo festa com os resultados encontrados por produtores de feijão de Unaí. Mas não estou falando dos grandes produtores, e sim daqueles agricultores enquadrados na chamada "agricultura familiar". Ou seja, pequeno produtor, com pequenas áreas de cultivo que representam, se não a fonte de renda, pelo menos a forma de se sustentar.

Produzindo em assentamentos da reforma agrária, produtores que participaram do projeto “Inoculação do feijoeiro em assentamentos de reforma agrária do município de Unaí”, tiveram na safra 2006/2007 aumento de 209 kg por hectare (três sacos) para a cultivar de feijão Requinte (grupo do feijão carioca) e 128 kg por hectare (dois sacos) para a cultivar Diamante Negro (grupo do feijão preto) com uso da tecnologia da inoculação do feijoeiro, em comparação a produtividade do feijão sem inoculação e sem nitrogênio.

Os resultados da pesquisa foram apresentados num Dia de Campo realizado recentemente na Escola Agríciola de Unaí. Oportunidade em que estiveram presentes agricultores, técnicos agrícolas e estudantes. Pessoas que agora estão ajudando a divulgar o sucesso do projeto.

A expectativa é os resultados positivos do uso da tecnologia da inoculação do feijoeiro promovam aumentos no excedente da produção familiar, os quais impliquem em melhoria da qualidade de vida das comunidades.

Entenda o projeto

Na região SR-8 do INCRA, onde o trabalho foi conduzido, existem 107 assentamentos instalados com 6.594 famílias, perfazendo uma população estimada de 32.965 pessoas. No primeiro ano do projeto (2005) foram instaladas 14 unidades de observação, em propriedades de referência, nos assentamentos Jibóia, Santa Clara e Paraíso. Como a safra 2005/2006 foi prejudicada por problemas climáticos (falta de chuva no início do plantio e excesso no período de colheita), a pesquisa foi concentrada na safra 2006/2007 em 11 lotes.

Os outros resultados apontam que na cultivar Requinte, a produtividade, com aplicação de adubo nitrogenado, foi de 858 kg por hectare. Quantidade parecida com a produtividade obtida com a inoculação (875 kg por hectare). Já na cultivar Diamante Negro, a produtividade obtida com adubação nitrogenada foi maior, de 934 kg por hectare.

Segundo os pesquisadores da Embrapa, em alguns casos, como o da cultivar Diamante Negro, a produtividade com a inoculação pode ser menor que a produtividade obtida com o adubo nitrogenado, mas, como o inoculante custa menos, o risco associado ao seu uso também é menor, principalmente nos casos em que há chances de ocorrer quebras de produção. Na safra 2006/2007, o custo da uréia (adubo nitrogenado) foi de R$ 90,00, enquanto o custo do inoculante foi de R$ 6,00.

A prática da inoculação das sementes, com rizóbios (bactérias capazes de realizar a fixação biológica do nitrogênio), representa, portanto, alternativa de baixo custo para aumentar o rendimento do feijoeiro, além de evitar a contaminação dos recursos hídricos pelo adubo nitrogenado e diminuir a emissão de gases de efeito estufa. É comprovadamente uma tecnologia barata, simples de utilizar e com bom retorno econômico.

O que é a inoculação?

Trata-se do processo em que as bactérias fixadoras de nitrogênio do ar, os rizóbios, são adicionadAs às sementes de feijão, antes da semeadura, usando um produto chamado inoculante. O inoculante, que pode ser líquido ou em pó, contém bactérias selecionadas em laboratório pelos pesquisadores. Cada planta possui um inoculante específico, isso quer dizer que o inoculante que é usado na soja não funciona no feijão e vice-versa.

O agricultor deve utilizar sempre inoculante de boa qualidade e recomendado por técnicos especializados. Deve verificar o prazo de validade do inoculante, que deve constar na embalagem, se o produto apresenta o número de registro do Ministério da Agricultura e certificar-se de que o produto estava sendo conservado em condições adequadas de temperatura (no máximo 30º C) e umidade.

Mas adoção dessa tecnologia, especialmente entre os agricultores familiares, é ainda muito baixa. Um grande problema tem sido o fato dos pequenos agricultores estarem abandonando o cultivo do feijão das águas ( semeado em outubro/novembro) por causa da grande incidência de doenças, principalmente viroses, além dos solos serem de baixa fertilidade, o que atrapalha a fixação biológica de nitrogênio.

Os pesquisadores consideram a inoculação do feijoeiro uma forma de estimular o agricultor a voltar a plantar feijão. Muitos dos alunos da Escola Agrícola de Unaí, que compareceram ao Dia de Campo, são filhos de produtores e vão levar o conhecimento para os seus assentamentos. São eles a grande esperança para a difusão da tecnologia.

5 comentários:

Anônimo disse...

Ei Cristiano que dia sai o resultad da enquete?

Cristiano Oliveira disse...

O resultado será divulgado na segunda-feira. Adianto que os números estão parecidíssimos.

Anônimo disse...

Você aceitaria uma sugestão pra proxima enquete?

Cristiano Oliveira disse...

Claro, manda ver. faça sua sugestão.

Anônimo disse...

Tipo já que o mundo hoje em dia vem discutindo muito sobre isso, poderia ser criada uma enquente sobre o meio ambiente, aquecimento global, biocombistiveis ou sobre o alcool ou então sobre a violência né.

Agora falando em violência, o que aconteceu nas investigações daquele crime barbaro com aquela menina? Já acharam o assassino?