segunda-feira, agosto 27, 2007

LEGIÃO URBANA

Depois de uma semana ausente quase que completamente, estou de volta. E volto com a música do dia. Semana passada foi pesadíssima por causa do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal. Passei o dia inteiro dentro do plenário acompanhando o trabalho dos ministros. Cansativo demais. Hoje, pelo menos, o show começa à tarde e terei um pouco mais de tempo para me dedicar ao blog.

Já não falo da Legião há muito tempo. É uma das minhas bandas favoritas e gosto de todos os discos do quarteto que virou trio. A foto acima mostra a formação original com o baixista Renato Rocha. E é dessa época que trago a música de hoje. Índios ainda é uma das que não consigo decorar de jeito nenhum. Faroeste Caboclo, que tem mais de nove minutos, está na cabeça há muito tempo, mas Índios ainda é um mistério. Sempre erro. Essa música é importante para mim por vários motivos. Um deles é de que na época de lançamento dessa canção, eu estudada no "Estadual". Sétima série. Na aula de literatura a professora pediu para fazer uma redação. Eu fiz a tal redação e citei alguns trechos da música. Identifiquei do que se tratava e escrevi que a música nos fazia pensar em muita coisa boa. E sugeri à professora que ouvisse. Depois, ela me disse que também gostava e sempre ouvia. Era uma época de ouro para o rock/pop brasileiro. Tantas bandas surgiram e estão aí até hoje. Outra ficaram pelo caminho ou se acabaram. Legião está para a eternidade. Amantes da boa música, com vocês, Legião Urbana.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Ter de volta todo o ouro que entreguei
A quem conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Explicar o que ninguém consegue entender:
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
E fala demais por não ter nada a dizer

Quem me dera, ao menos uma vez,
Que o mais simples fosse visto como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês -
É só maldade então, deixar um Deus tão triste.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer você de volta prá mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do inicio ao fim

E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos obrigado.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Como a mais bela tribo, dos mais belos índios,
Não ser atacado por ser inocente.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer você de volta prá mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim

E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Nos deram espelhos e vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.

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