POR FALTA DE DINHEIRO ELE VIROU SAMBISTA
Hoje eu faço uma homenagem ao samba. A foto ao lado (década de 60) é do maior sambista de todos os tempos: Cartola. O carioca viveu no bairro das laranjeiras, no Rio, durante a infância. Mas as dificuldades financeiras obrigaram a família a se mudar para a Mangueira, onde se formava uma favela. Por causa dessa falta de dinheiro, ele acabou tendo contato com grandes sambistas, como Carlos Cachaça e bebeu do samba para sempre. O apelido veio nessa época. Ele conseguiu um emprego de servente de pedreiro e usava um chapéu coco para se proteger do cimento que caía. Virou o Cartola. No morro, já familiarizado com o samba, ele criou a Estação Primeira de Mangueira, de cores verde e rosa. Nome e cores escolhidos por ele. Nos anos 30, vários sambas do bamba se popularizaram nas vozes de grandes intérpretes. Na década de 40, ele sumiu. Pouco se sabe sobre Cartola nessa época. Apenas que havia brigado com amigos da Mangueira e vinha sofrendo com a morte de Deolinda, mulher com quem vivia. Ele só foi reencontrado em 1956, depois de ser dado como morto. Um jornalista o encontrou como lavador de carros e promoveu a volta de Cartola, em rádios e novas composições. Teve até um restaurante chamado Zicartola, ao lado de Dona Zica, a nova esposa. E foi para ela que Cartola compôs um dos mais populares sambas: As Rosas não Falam, a música escolhida para hoje. Isso aconteceu na década de 70, quando ele se muda para Jacarepaguá, lança discos próprios e continua trabalhando como servidor público municipal. O Brasil perdeu o maior sambista de todos os tempos e ganhou um mito. Amantes da boa música, com vocês, Cartola.
Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão enfim
Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar para mim
Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti
Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
por fim
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