O TOM DE JOBIM
É sempre muito bom falar de Antônio Carlos Brasileiro Jobim, o poeta. Eu já postei a letra de músicas dele aqui no blog. E nunca é demais. Ele foi pianista, compositor, cantor, arranjador, violonista e é unanimidade quando se pensa em qualidade e sofisticação musical. Tom Jobim ainda é referência para músicos brasileiros e estrangeiros, mesmo depois da morte, em 1994. Quando jovem, chegou a pensar em ser arquiteto e se empregar em um escritório. Mas a música estava no sangue e ele decidiu ser pianista. O caminho do então desconhecido para a fama se deu de maneira inusitada. No início dos anos 50, Tom Jobim tocava piano em bares e inferninhos em Copacabana até ser contratado pela gravadora Continental. Tinha a função de fazer arranjos de músicas de outros compositores, além de transcrever a canção para o papel, ou seja, fazer as partituras. Nessa época, ele começou a compor as primeiras canções. Mas foi mesmo em 1956 que Tom Jobim se viu num caminho sem volta: o do sucesso. Nesse ano, ele firmou a parceria com Vinícius de Morais, escrevendo músicas para peças de teatro. Estava nascendo a Bossa Nova. Estava se depontando um dos maiores músicos que o Brasil poderia ver. Compôs um série de clássicos que ficaram marcados na vida musical brasileira, além de ser um dos principais representantes da nossa música fora do país. De quebra, compôs, em parceria com Vinícius de Morais, uma das músicas mais tocadas no exterior: Garota de Ipanema. Mas a música que escolhi para hoje é uma outra obra-prima. É uma das mais belas do cancioneiro nacional: Chega de Saudade. Amantes da boa música, com vocês, Tom Jobim.
Vai minha tristeza e diz a ela que sem ela
Não pode ser,
diz-lhe numa prece
Que ela regresse, porque eu não posso mais sofrer.
Chega de saudade a realidade
É que sem ela não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar,
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei
Na sua boca.
Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser, milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com este negócio de você
Viver sem mim.
Não quero mais este negócio
de você longe de mim.
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