ATO PÚBLICO COBRA JULGAMENTO RÁPIDO DOS ACUSADOS PELA CHACINA
Neste domingo, (28/01), o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) realiza Ato Público em Unaí em memória de Ailton Pereira de Oliveira (motorista oficial), Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva (Auditores Fiscais do Trabalho), mortos no dia 28 de janeiro de 2004, numa emboscada na zona rural do município. Na sexta-feira (26/01), em Belo Horizonte, entidades sindicais e a Delegacia Regional do Trabalho (DRT/MG) lançaram um manifesto por justiça pedindo agilidade no julgamento dos acusados pela chacina.
O crime está completando três anos sob o olhar crítico daqueles que acompanham o comportamento da Polícia e da Justiça perante os casos mais graves registrados na história recente do país, como é o caso desta chacina. É justa, oportuna e irreversivelmente determinante esta atuação dos sindicados, coordenada pelo Sinait, em prol de uma solução rápidae e eficaz para o caso. Não se pode deixar passar em branco, comportamentos vorazes dos seres humanos que fogem à regra, burlam a lei e até promovem a morte, se esta for necessária para evitar o prejuízo da punição administrada e disciplinar. A fiscalização dos agentes da DRT é legítima e não acontece somente na região Noroeste. Sem os fiscais em campo, muitas vezes temidos por seu comportamento profissional e imutável, corre-se sério risco de os direitos dos nossos trabalhadores, serem burlados. Por isso, um desfecho jurídico duro e realmente punitivo para os responsáveis pela chacina dos fiscais, servirá como exemplo para um país que precisa parar de apostar na bala e no sangue como a solução rápida para os problemas eminentes.
Há algumas semanas, convesando com o Frei Xavier Plassat, da Comissão Pastoral da Terra ( ele que estará em Unaí neste domingo, por ocasião do Ato Público), fui surpreendido por uma história que contava a cerca da esperança que os trabalhadores rurais de uma determinada região brasileira mantinham nas forças públicas. Sem a fiscalização, e uma ordem para que os direitos dos trabalhadores fossem pagos, o grupo de safristas não viveria o Natal que os filhos sonhava, com ao menos uma cesta de alimentos em casa.... Vemos neste tipo de relato, contado pelo Frei a partir de uma realidade vivida pela Pastoral através da andança de seus agentes pelo campo, que é preciso correr contra o tempo para descobrir novas irregularidades que eventualmente estejam "minimizando" a auto estima e a própria vida de trabalhadores rurais no Brasil.
Não fique também sem registro a necessidade de o direito de defesa, previsto e assegurado pela Constituição Federal, nunca se negado a qualquer suspeito! O contraditório, a prova inequívoca, e o afastamento por completo da possibilidade de erro em processos tão complexos como este da morte dos fiscais e do motorista do Ministério do Trabalho, são elementos que constroem o caminho para o julgamento justo!
E estejamos ainda atentos às múltiplas abordagens que a opinião pública faz, a partir do desenrolar do caso. As generalizações absurdas, que prejudicam a imagem da região Noroeste e da atividade agropecuária que a sustenta, precisa perder espaço para comentáriso edificadores, que valorizem a vida, os direitos, mas sem prejudicar a economia e até mesmo a história de nossas cidades. Todos, ou seja, a população em geral (incluindo a grande gama de cidadãos que necessitam do trabalho no campo para manterem suas famílias) não pode pagar pelo erro de poucos.
Programação
O Ato Público organizado pelo Sinait acontecerá às 11 horas deste domingo, no local do crime (estrada de terra próxima ao Trevo das Sete Placas), e pedirá a agilização do julgamento dos nove acusados pelo crime. Haverá Culto Ecumênico no local.
Você concorda com tudo que a imprensa está publicando sobre este caso? Leia as notícias abaixo e registre seu comentário aqui no Blog!
Mídia repercute manifestações pelo Julgamento dos acusados
Para procuradora, julgamento do caso ocorre em seis meses
Ameaças a fiscais do trabalho são comuns no Noroeste de Minas Gerais
Chacina segue o rastro do agronegócio que avança sobre o cerrado
2 comentários:
Prefiro não me identificar, mas quero deixar registrado aqui que a imprensa sempre foi leviana com Unaí quando o assunto é o assassinato dos fiscais. Trepudiaram sobre a cidade, dizendo coisas indizíveis. Sou unaiense e tenho orgulho disso. Se esse ou aquele encomendou os assassinatos, devem ser punidos. Mas a cidade não poderia ser condenada, como foi. Não sei até quando o caso vai manchar o nome da cidade. Sei que o julgamento deve acontecer o quanto antes. Só assim um unaiense vai dormir em paz. Justiça já.
Realmente é um absurdo essa imprensa condenar a cidade de Unaí por causa de uma chacina. Realmente precisamos que a justiça acontece o mais rapido possivel para que Unaí posse dormir em paz. Porque a imprensa brasileira não dá total cobertura a outras chacinas como está dando para a que aconteceu em Unaí? Justiça seja feita!
Postar um comentário