O PL 637/07 muda a distribuição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, dividindo o repasse por três critérios: econômicos, sociais solidários e de compensação solidária. Pela proposta, 762 municípios vão ter aumento de repasse de ICMS, enquanto 91 perderão recursos. A idéia é redistribuir parte do imposto (4,68%), beneficiando cidades que estejam em situação desfavorável em relação à média per capita de ICMS do Estado.
Contribuições - Os deputados Almir Paraca (PT) e Delvito Alves (DEM) e o prefeito de João Pinheiro, Jamir Moreira de Andrade trouxeram contribuições para alterar os critérios de repasse do ICMS, tornando a proposta mais justa, na opinião deles. Paraca sugeriu que fosse considerado no cálculo o índice de Gini, que mede o nível de concentração de riquezas; e que fosse aumentado, de 1% para 2% o percentual referente a produção de alimentos nos critérios econômicos de distribuição do ICMS. "Muitos municípios da região que têm como base a produção de alimentos estão perdendo com o projeto. Quem conhece esses municípios, sabe que eles não devem perder", criticou.
IDH - Delvito Alves sugeriu que seja incluído entre os critérios o Índice de Desenvolvimento Humano para municípios com IDH igual ou inferior à média do Estado. "O projeto não considera o IDH. O fator econômico está prevalecendo sobre o social", criticou ele, citando perdas que municípios da região terão com a aprovação do projeto. O Noroeste teria uma redução no repasse do ICMS de 2,3%, em média. Seis entre os 19 municípios da região (com população de 356.110 habitantes) perderiam receita: na microrregião de Unaí (que tem nove municípios), Formoso (-31,14%) e Bonfinópolis de Minas (-24,85%); e na microrregião de Paracatu (10 municípios), Varjão de Minas (-21,75%), Guarda-Mor (-19,3%), Presidente Olegário (-16,11%) e Vazante (-10,93%).
Já o prefeito Jamir Andrade, presidente da Associação Microrregional dos Municípios do Noroeste de Minas (AMNor), julgou importante considerar outros dois critérios: a área geográfica e o ICMS Ecológico. De acordo com o prefeito, dos 10 maiores municípios do Estado, três estão no Noroeste, o que lhes traz custos altos. Quanto ao ICMS Ecológico, Andrade disse que, atualmente os municípios só recebem cobranças para que cumpram a legislação ambiental, e não incentivos do Estado para investir na preservação. Ele também defendeu mecanismos de compensação para os municípios prejudicados com o projeto.
Outros estados aprovaram leis para redistribuir ICMS
Em resposta às reivindicações, o deputado Dinis Pinheiro disse que comparecia à reunião com "humildade franciscana", para ouvir e receber as contribuições dos munícipes da região. Ele avaliou que atualmente, "ninguém está satisfeito com o atual sistema de distribuição de recursos, com a União concentrando recursos e deixando Estados e Município com minguados recursos". Ele informou que outros estados aprovaram leis semelhantes de redistribuição de recursos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul (que distribuem apenas o percentual mínimo previsto pela Constituição Federal, de 75% do Valor Adicionado Fiscal - VAF).
O prefeito de Unaí, Antério Mânica, declarou que a discussão era um primeiro passo para melhor distribuição do bolo tributário. Ele exemplificou a injustiça tributária, citando os municípios de Ribeirão das Neves e Betim que, nos dois primeiros meses do ano, receberam, respectivamente, R$ 2 milhões para uma população de 350 mil habitantes, e R$56 milhões para 400 mil pessoas. "O município rico fica ainda mais rico e o pobre, mais pobre", ressaltou.
É incrível como os fatos acontecem em unaí e ninguem fica sabendo. Não vi uma só notinha sobre este importante acontecimento. por que não convida a população? logo hoje, quando a imprensa anda tonta a cata de notícias, e nada. nota zero para todos! iclusive para você seu blogueiro, brincadeira viu.
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